quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Exercicios.

1. (MACKENZIE) Texto

1 O Capitão Antônio Silvino voltava a tomar
2 conta de seus pensamentos. Admirava a vida
3 errante daquele homem, dando tiroteios, protegendo
4 os pobres, tomando dos ricos. Este era o
5 homem que vivia na sua cabeça. Este era o seu
6 herói. Para ele só havia uma grandeza no mundo,
7 era a grandeza do homem que não temia o governo,
8 do homem que enfrentava quatro Estados,
9 que dava dor de cabeça nos chefes de polícia,
10 que matava soldados, que furava cercos, que
11 tinha poder para adivinhar os perigos. Se um dia
12 visse o Capitão Antônio Silvino seria um homem
13 feliz.

José Lins do Rêgo – Fogo morto

Assinale a alternativa correta sobre o texto.

(A) Evitando-se a repetição de grandeza (linha 6) e mantendo-se o sentido original, a segunda oração estariacorreta se fosse assim redigida: onde o homem.
(B) Substituindo-se uma grandeza no mundo (linha 5) por muitas fraquezas no mundo, a frase correta seria: Para ele só haviam muitas fraquezas no mundo.
(C) Em Admirava a vida errante daquele homem (linhas 2 e 3), a forma admiravadenota ação concluída num certo momento do passado.
(D) Em Admirava a vida errante daquele homem (linhas 2 e 3), substituindo-se daquele homem pelo pronome correspondente tem-se corretamente: Admirava-o a vida errante.
(E) A sucessão de orações que caracterizam o homem (linhas de 7 a 11) produz um ritmo que sugere a intensa atividade atribuída ao Capitão.


2. (UEL) Sobre o romance Fogo Morto, de José Lins do Rego, é correto afirmar:

(A) Caracteriza-se como uma obra memorialista, pois a personagem central, mestre José Amaro, narra a sua história pessoal, enfatizando os problemas que o mundo capitalista traz para o homem.
(B) Embora tenha sido escrito na década de 1930, quando o movimento modernista já havia operado uma revolução na literatura, o romance é bastante convencional, sobretudo na caracterização da paisagem e do homem nordestino, aproximando-se da visão de mundo romântica.
(C) Apresenta uma visão saudosa da realidade política, econômica e social do Nordeste da primeira metade do século XX, bem como uma visão pitoresca do espaço enfocado.
(D) O uso do discurso indireto livre é um dos procedimentos de construção narrativa mais significativos do romance, na medida em que permite a diversidade de olhares sobre uma dada realidade e, ao mesmo tempo, auxilia no processo de aprofundamento do drama psicológico vivenciado pelas personagens.
(E) Faz um retrato fotográfico da realidade nordestina, afastando-se do ficcional, uma vez que parte de fatos que realmente existiram e que podem ser comprovados, como a decadência dos engenhos de açúcar e a Guerra de Canudos.


3. (UFV) O romance regionalista dos anos 30, em cuja temática insere-se a obra Fogo Morto, abordou as questões socioeconômicas do Nordeste brasileiro.
Dentre as seguintes alternativas, apenas uma NÃO confirma a declaração acima. Assinale-a:

(A) Enquanto o desenvolvimento industrial deixou suas marcas na fase heróica do movimento modernista, o romance nordestino dos anos 30 privilegiou as heranças culturais do Brasil rural.
(B) O enredo de Fogo Morto é de natureza documental, confirmando a abolição da escravatura como um dos fatores preponderantes para o declínio da sociedade patriarcal brasileira.
(C) O personagem do romance regionalista da década de 30, não conseguindo vencer as adversidades de um destino hostil, evadiu-se no tempo e no espaço em busca de aventuras amorosas e sentimentais.
(D) Fogo Morto insere-se na temática social do “romance de 30”, consolidando o escritor José Lins do Rego como o romancista que melhor retratou a decadência dos senhores dos engenhos da cana-de-açúcar.
(E) O “romance de 30” retratou de forma mais direta a linguagem, o folclore e a vida social do Nordeste brasileiro, resgatando os valores e as tradições daquela sociedade patriarcal.


4. (UFV) A respeito de Fogo Morto, de José Lins do Rego, apenas NÃO se pode afirmar que:

(A) o autor utiliza-se de um narrador externo e distanciado do mundo narrado, recusando, assim, o processo tradicional da onisciência absoluta.
(B) o romance retrata a decadência econômico-social do “coronel” Lula de Holanda e seu povo, transformando o engenho Santa Fé em uma espécie de microcosmo da realidade nordestina brasileira.
(C) o andarilho Vitorino “Papa Rabo”, personagem semilouco e também decadente, é rotulado pela crítica como o Quixote sertanejo, sempre em busca de injustiças a corrigir.
(D) o protagonista Carlos de Melo narra episódios da infância e adolescência vividas no engenho do avô José Paulino, fornecendo-nos um amplo perfil da sociedade patriarcal do Nordeste açucareiro.
(E) os personagens Lula de Holanda, José Amaro e o quixotesco Vitorino vivem em permanente conflito com o mundo; suas mulheres, caracterizando-se pelo bom-senso e por atitudes mais combativas, confirmam a relevância da figura feminina naquela sociedade em decadência.


5. (FATEC) Texto para as questões 05 e 06

A velha Sinhá não sabia mesmo o que se passava com o seu marido. Fora ele sempre de muito gênio, de palavras duras, de poucos agrados. Agora, porém, mudara de maneira esquisita. Via-o vociferar, crescer a voz para tudo, até para os bichos, até para as árvores. Não podia ser velhice, a idade abrandava o coração dos homens. Pobre da Marta que o pai não podia ver que não viesse com palavras de magoar até as pedras. Por ela não, que era um resto de gente só esperando a morte. Mas não podia se conformar com a sorte de sua filha. O que teria ela de menos que as outras? Não era uma moça feia, não era uma moça de fazer vergonha. E no entanto nunca apareceu rapaz algum que se engraçasse dela. Era triste, lá isso era. Desde pequena via aquela menina quieta para um canto e pensava que aquilo fosse até vantagem. A sua comadre Adriana lhe chamava a atenção:
– Comadre, esta menina precisa ter mais vida.
Não fazia questão. Moça era para viver dentro de casa, dar-se a respeito. E Marta foi crescendo e não mudou de gênio. Botara na escola do Pilar, aprendeu a ler, tinha um bom talhe de letra, sabia fazer o seu bordado, tirar o seu molde, coser um vestido. E não havia rapaz que parasse para puxar uma conversa. Havia moças mais feias, mais sem jeito, casadas desde que se puseram em ponto de casamento. Estava com mais de trinta anos e agora aparecera-lhe aquele nervoso, uma vontade desesperada de chorar que lhe metia medo. Coitada da filha. E depois ainda por cima o pai nem podia olhar para ela. Vinha com gritos, com despropósitos, com implicâncias. O que sucederia à sua filha, por que Deus não lhe dera uma sina mais branda?, pensava assim a velha Sinhá enquanto na tenda o mestre José Amaro batia sola. Aquele ofício era doentio.
(José Lins do Rego, Fogo morto.)

Considere os enunciados a respeito do fragmento:

I. As expectativas familiares de Sinhá frustram-se no momento em que percebe que o marido tem um gênio difícil.
II. A ausência de pretendente para se casar com Marta revela a Sinhá que ela não soubera educar sua filha.
III. A velha Sinhá se dá conta de que o marido vive uma crise cujas razões, porém, ela desconhece.
IV. A relação entre pai e filha, no momento das reflexões da velha Sinhá, está marcada pela violência verbal.
V. A velha Sinhá tem crises de choro ao perceber que sua família está se tornando desconhecida para ela.

São corretos os enunciados:

(A) I, II e IV.
(B) II, IV e V.
(C) II e III.
(D) III e IV.
(E) I, III e V.

6. Fogo morto, de José Lins do Rego, é um romance característico

(A) do regionalismo romântico do século XIX, como se comprova pela descrição da personagem idealizada pelo sofrimento exagerado.
(B) da ficção dos anos 30 e 40 do século XX, em que a observação do meio social não reduz o alcance da análise dos conflitos humanos.
(C) da experimentação dos anos 20 do século XX, uma vez que o autor critica os valores da família burguesa e sua inadequação aos padrões culturais.
(D) do regionalismo realista-naturalista de finais do século XIX, pois o comportamento das personagens é determinado pelo meio natural.
(E) da prosa de vanguarda dos anos 60 do século XX.

4. (UFLA) Sobre a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, todas as alternativas estão corretas, EXCETO:
a) O romance focaliza uma família de retirantes, que vive numa espécie de mudez introspectiva, em precárias condições físicas e num degradante estado de condição humana.
b) O relato dos fatos e a análise psicológica dos personagens articulam-se com grande coesão ao longo da obra, colocando o narrador como decifrador dos comportamentos animalescos dos personagens.
c) O ambiente seco e retorcido da caatinga é como um personagem presente em todos os momentos, agindo de forma contínua sobre os seres vivos.
d) A narrativa faz-se em capítulos curtos, quase totalmente independentes e sem ligação cronológica e o narrador é incisivo, direto, coerente com a realidade que fixou.
e) O narrador preocupa-se exclusivamente com a tragédia natural (a seca) e a descrição do espaço não é minuciosa; pelo contrário, revela o espírito de síntese do autor.

1. (MACKENZIE) Texto
1 O Capitão Antônio Silvino voltava a tomar
2 conta de seus pensamentos. Admirava a vida
3 errante daquele homem, dando tiroteios, protegendo
4 os pobres, tomando dos ricos. Este era o
5 homem que vivia na sua cabeça. Este era o seu
6 herói. Para ele só havia uma grandeza no mundo,
7 era a grandeza do homem que não temia o governo,
8 do homem que enfrentava quatro Estados,
9 que dava dor de cabeça nos chefes de polícia,
10 que matava soldados, que furava cercos, que
11 tinha poder para adivinhar os perigos. Se um dia
12 visse o Capitão Antônio Silvino seria um homem
13 feliz.
José Lins do Rêgo – Fogo morto
Assinale a alternativa correta sobre o texto.
(A) Evitando-se a repetição de grandeza (linha 6) e mantendo-se o sentido original, a segunda oração estariacorreta se fosse assim redigida: onde o homem.
(B) Substituindo-se uma grandeza no mundo (linha 5) por muitas fraquezas no mundo, a frase correta seria: Para ele só haviam muitas fraquezas no mundo.
(C) Em Admirava a vida errante daquele homem (linhas 2 e 3), a forma admiravadenota ação concluída num certo momento do passado.
(D) Em Admirava a vida errante daquele homem (linhas 2 e 3), substituindo-se daquele homem pelo pronome correspondente tem-se corretamente: Admirava-o a vida errante.
(E) A sucessão de orações que caracterizam o homem (linhas de 7 a 11) produz um ritmo que sugere a intensa atividade atribuída ao Capitão.

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