quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz



Rachel de Queiroz foi uma tradutora, romancista, escritorajornalista e importante dramaturga brasileira.

Autora de destaque na ficção social nordestina. Foi primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher galardoada com o Prêmio Camões, equivalente ao Nobel, na língua portuguesa. Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 15 de agosto de 1994 na ocasião do centenário da instituição.



Rachel de Queiroz, nasceu em Fortaleza - CE, no dia 17 de novembro de 1910, filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descendendo, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar (sua bisavó materna — "dona Miliquinha" — era prima José de Alencar, autor  de "O Guarani"), e, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas em Quixadá, onde residiam e seu pai era Juiz de Direito nessa época.



Obras Principais



O quinze, romance 1930, tradução francesa com o título "L'année de la grande sécheresse",Stock,Paris,1986,ISBN 2-234-01933-8

João Miguel, romance (1932)

Caminho de pedras, romance (1937)

As Três Marias, romance (1939)

A donzela e a moura torta, crônicas (1948)

O galo de ouro, romance (folhetins na revista O Cruzeiro, 1950)

Lampião - peça de teatro (1953)

A beata Maria do Egito- peça de teatro (1958)

Lampião; A Beata Maria do Egito (livro-2005)

Cem crônicas escolhidas (1958)

O brasileiro perplexo, crônicas (1964)

O caçador de tatu, crônicas (1967)

Um Alpendre, uma rede, um açude - 100 crônicas escolhidas

O homem e o tempo - 74 crônicas escolhidas

O menino mágico, infanto-juvenil (1969)

Dôra, Doralina, romance (1975)

As menininhas e outras crônicas (1976)

O jogador de sinuca e mais historinhas (1980)

Cafute e Pena-de-Prata, infanto-juvenil (1986)

Memorial de Maria Moura, romance (1992)

Teatro, teatro (1995)

Nosso Ceará, relato, (1997) (em parceria com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek)

Tantos Anos, autobiografia (1998) (com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek)

Não me deixes: suas histórias e sua cozinha, memórias gastronômicas (2000) (com Maria Luiza de Queiroz Salek)

Reunidas de ficção

Três romances (1948)

Quatro romances (1960)

Seleta, seleção de Paulo Rónai; notas e estudos de Renato Cordeiro Gomes (1973)

No dia 4 de dezembro de 2003, um mês depois de sua morte, foi lançado na Academia Brasileira de Letras o livro Rachel de Queiroz, um perfil biográfico da escritora, fruto de uma longa pesquisa realizada pela jornalista Socorro Acioli, publicado pelas Edições Demócrito Rocha.

Sua biografia foi narrada no livro No Alpendre com Rachel, de autoria de José Luís Lira, lançado na Academia Brasileira de Letras em 10 de julho de 2003, poucos meses antes do falecimento da escritora.



O Quinze


Publicado em 1930, o romance O Quinze, de Rachel de Queiroz, renovou a ficção regionalista. Possui cenas e episódios característicos da região, com a procissão de pedir chuva, são traços descritivos da condição do retirante. O sentido reivindicatório, entretanto não traz soluções prontas, preferindo apontar os males da região através de observação narrativa.



Estrutura da Obra



O título do livro evoca a terrível seca do Ceará de 1915. A própria família de Rachel foi obrigada a fugir do Ceará: foi para o Rio de Janeiro, depois para Belém do Pará. Compõe-se de 26 capítulos, sem títulos, enumerados.

A classificação de O Quinze é, de romance regionalista de temática social. Mas com uma visão que foge ao clichê tradicional. Não há, na história, a divisão batida de \ “pessoas boas e pobres\" e de \ “pessoas más e ricas\". A autora registrou no papel a sua emoção, sem condicionar o romance a uma tese ou à preocupação de procurar inocentes e culpados pela desgraça de cada um ou mesmo do grupo envolvido na história.



Linguagem

O sucesso do livro está atrelado à simplicidade da linguagem (a mais difícil das virtudes literárias!). Não há exibicionismo da autora no uso de palavreado erudito. Mesmo quando a dona da palavra é uma professora (Conceição), o diálogo flui espontâneo, normal, cotidiano.



Foco narrativo

O Quinze é romance narrado na terceira pessoa, ou seja, o narrador é a própria autora. O narrador é onisciente. Estando fora da história, o narrador vai penetrando na intimidade dos personagens como se fosse Deus. Sabe tudo sobre eles, por dentro e por fora. Conhece-lhes os desejos e adivinha-lhes o pensamento. 

Discurso livre indireto. Em vez de apresentar o personagem em sua fala própria, marcada pelas aspas e pelos travessões (discurso direto), o narrador funde-se ao personagem, dando a impressão de que os dois falam juntos. Isto faz com que o narrador penetre na vida do personagem, no seu íntimo, adivinhando-lhe os anseios e dúvidas.
 




Enviado por: Leonardo Alan.

Nenhum comentário:

Postar um comentário